Comemorada por tratar-se da assinatura de contrato de um brasileiro com uma das maiores franquias da história da NBA, a notícia do acerto de Marcelinho Huertas com o Los Angeles Lakers pode não ser tão boa quanto parece. Isso porque, de acordo com relatos da imprensa americana, o vínculo do armador com os angelinos não é nem sequer parcialmente garantido. Isso significa que ele pode ser dispensado a qualquer momento sem custos extras para a franquia.
Durante a temporada regular, a NBA permite que as franquias possam chegar a um máximo de 15 jogadores sob contrato. Só que, durante a pré-temporada, esse número pode chegar a 20. Isso explica o porquê de assinaturas de vínculos não garantidos: as comissões técnicas podem experimentar uma gama maior de atletas na fase de preparação dos elencos e, depois, fazerem cortes sem custos extras antes do início do campeonato.
Isso significa que a situação de Huertas é longe de ser confortável. Apesar de conhecido internacionalmente por suas atuações no basquete espanhol e com a Seleção Brasileira, ele chega à NBA com o mesmo status, por exemplo, de Cristiano Felício, promessa ex-Flamengo que assinou um contrato do mesmo tipo com o Chicago Bulls. Ou seja: o armador ainda terá de provar, na pré-temporada, que tem lugar no elenco do Lakers.
Huertas é um dos melhores armadores do mundo no comando de um ataque e, principalmente, atacando após receber o bloqueio de um jogador de garrafão. Isso significa que ele pode se entender bem especialmente com Brandon Bass, que pode abrir após o corta-luz para receber e arremessar de média distância, e com Julius Randle, que pode aproveitar seu atleticismo para se deslocar em direção à cesta, ser acionado e finalizar próximo ao aro.
Será o bastante? Hoje, no elenco, o Lakers tem, como “guards” (ou seja, jogadores das posições 1 e 2) os seguintes nomes, além de Huertas: D’Angelo Russell, Jabari Brown, Jordan Clarkson, Kobe Bryant, Louis Williams, Michael Frazier e Nick Young.
Os veteranos Bryant, Young e Williams estão garantidos no elenco. O último se estabeleceu na liga nos últimos homens como um sexto homem pontuador, enquanto os dois primeiros, por conta do grande número de jogadores disponíveis, podem acabar atuando na posição 3.
Os jovens D’Angelo Russell, que o Lakers acaba de draftar, e Jordan Clarkson, que terminou a última temporada em alta como titular, também estão garantidos.
Isso significa que a briga de Huertas será com Brown e Frazier. Parece natural afirmar que o brasileiro é mais jogador. Mas, no momento de reconstrução em que o Lakers se encontra, talvez valha mais à pena apostar em um prospecto com potencial para o futuro do que em um veterano estabelecido.
Será que a pré-temporada de Huertas vai ser boa o bastante para justificar sua aposta?