Maior cestinha da história do basquete, Oscar Schmidt terá a oportunidade de realizar um sonho que ficou pendente em sua carreira, encerrada em 2003. No dia 17/2, o ex-jogador vai participar do NBA All-Star Celebrity Game, amistoso festivo que concentra celebridades como uma das atrações do All-Star Weekend, e enfim terá a oportunidade de atuar em uma partida da liga profissional americana. Em uma era em que o arremesso de três pontos, maior arma do brasileiro, é mais valorizado do que nunca, como será que o Mão Santa imagina que seria sua carreira nos Estados Unidos?



Apesar de nunca ter jogado na NBA, Oscar foi selecionado na 131ª escolha do Draft de 1984 pelo New Jersey Nets, franquia que hoje é o Brooklyn Nets. Em toda a temporada seguinte ao seu recrutamento, cada time arremessou, em média, 257 bolas de três. No atual campeonato, esse número saltou para 1.235.
Mesmo assim, para Oscar, o jogo não sofreu alterações tão radicais. O que mudou foi o olhar externo sobre o arremesso de três pontos.
– Na minha época se jogava assim. A gente não fazia nem contra-ataque, parava na linha de três e fazia bola de três. É o momento do reconhecimento do arremesso de três como uma arma, não só como um desespero ou coisa desse tipo. O Golden State Warriors é a prova disso. Seu técnico é o Steve Kerr, que é um dos maiores arremessadores de três da história, e o time por coincidência arremessa muita bola de três. Eles não veem nem rebote, se está livre manda a bola, porque dá um rebote longo – disse o Mão Santa, ao blog, no evento em que Budweiser e ESPN anunciaram sua participação no jogo das celebridades.
Oscar fez grande parte da sua carreira profissional como um ala. Porém, hoje em dia, jogadores com 2,08m, sua altura, são muitas vezes utilizados como alas-pivôs com o objetivo de tirar um marcador tradicionalmente de garrafão de perto da cesta e abrir espaço para infiltrações. O brasileiro acredita que podia fazer essa função com primazia.
– Eu comecei jogando de número cinco, pivô, depois passei para a quatro e depois para a três. Então, eu podia jogar em qualquer posição, e essa foi a vantagem que eu tinha para poder jogar até os 45 anos. Eu podia jogar de costas para a cesta ou de frente para a cesta. Era uma vantagem muito grande. Na NBA, a vantagem era maior ainda, porque na minha época não tinha nem zona, era um contra um. Americano é obediente: você finta, ele pula, entendeu? Qualquer coisa que você faz ele já vai (risos). Ia ser ótimo jogar na NBA, mas não foi possível – afirmou.
Será, então, que Oscar se daria melhor jogando hoje em dia do que nas décadas de 1980 e 1990? Bem…
– Eu me daria melhor em qualquer época. Ou você não me viu jogar?
Apesar de nunca ter tido a oportunidade de defender o Nets, Oscar sempre disse que gostaria de ter jogado na NBA. Será que, em seus sonhos, o brasileiro pensa mais nas conquistas individuais e nos recordes que poderia ter batido ou nos títulos? Quando questionado se preferia uma carreira como a de Charles Barkley, reconhecidamente craque mesmo sem o anel, ou como a de Leandrinho, que foi campeão como coadjuvante, ele não deu pistas.
– Eu teria a minha carreira. Não quero a carreira de ninguém. A minha carreira seria a de alguém que ia fazer de tudo para vencer. Carreira do Barkley? Carreira do Leandrinho? Só me faltava essa agora – bradou.
A carreira dele está perto de mais uma realização. A NBA enfim reconheceu Oscar.
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