Primeiro brasileiro campeão da NBA na história, Tiago Splitter vive a fase mais difícil da sua carreira. Depois de uma lesão no quadril tirá-lo da Olimpíada do Rio de Janeiro, o pivô, hoje no Atlanta Hawks, ainda não entrou em quadra na temporada 2016/2017 e, por isso, pensa em se aposentar. Justamente em uma era em que seu conjunto de habilidades técnicas é cada vez mais importante.






Em entrevista ao site Globoesporte.com, o pivô de 32 anos de idade, que completará um ano sem jogar no próximo dia 31, admitiu que encerra sua carreira se não receber propostas para a próxima temporada – seu contrato com o Hawks termina no meio do ano.
– Eu não penso em jogar em outro lugar que não seja a NBA. Meu objetivo é continuar aqui. Provavelmente se eu não jogar aqui, não jogo em nenhum outro lugar. Eu quero estar no nível máximo, não quero descer, esse é o meu objetivo. Se eu não tiver nenhuma proposta, realmente eu me aposento. Eu sei das minhas possibilidades e estou muito confiante que vou continuar aqui na NBA – disse o jogador.
A boa notícia é que as atuais características da liga profissional americana beneficiam Tiago Splitter. Com esquemas táticos cada vez mais voltados para o jogo de perímetro, o pivô tem as características certas para assumir o papel de coadjuvante em um time competitivo – seja como coadjuvantes de armadores e alas como titular ou auxiliando uma segunda unidade.
Um dos pontos mais fortes do jogo de Tiago Splitter é justamente uma das maiores exigências do jogo moderno: a capacidade de estabelecer corta-luzes sólidos. Isso porque a recente revolução estatística da NBA faz com que os times foquem seus arremessos na linha de três pontos, por causa do valor da cesta, e ao redor do aro, por conta do alto aproveitamento. Essa qualidade do brasileiro pode ajudar nas duas frentes.
Splitter pode se posicionar para estabelecer corta-luzes para alas que se movimentam sem a bola em busca de um arremesso livre da linha de três pontos – jogadores como Kyle Korver, seu ex-companheiro de Hawks, são mortais em lances do tipo. Além disso, o pivô tem como principal jogada ofensiva o pick-and-roll – ou seja, faz o bloqueio para o armador e corre em direção à cesta para finalizar ao redor do aro. O brasileiro cansou de pontuar desse jeito jogando com Tony Parker e Manu Ginobili no San Antonio Spurs, time em que se sagrou campeão da temporada 2013/2014.
A eficiência de Tiago Splitter no pick-and-roll não vem apenas de sua técnica para pontuar perto do aro. O pivô é um ótimo passador para a posição e, se receber dobras ou se a defesa se movimentar para contê-lo, vai saber encontrar jogadores livres no perímetro para arremessos de três pontos.
Em seu relatório oficial de lesões, o Hawks avisa que Splitter está fora pelo menos até o dia 1º de fevereiro. Com Dwight Howard estabelecido como pivô titular, o brasileiro talvez não faça mesmo mais parte dos planos da franquia. Por isso, talvez tenha de conter a ansiedade para voltar logo e pensar em manter-se saudável para poder brigar por um bom contrato na offseason.
Claro que as recentes lesões desvalorizaram o jogador, que recebe mais de US$ 8 milhões para a temporada. Mas Anderson Varejão é a prova de que a liga não se esquece facilmente dos serviços prestados. Tiago Splitter ainda tem lugar na NBA.
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